Afinal, Lula planeja se reunir com artistas sertanejos?

A atual polêmica envolvendo Luiz Inácio Lula da Silva e os artistas sertanejos revela uma tentativa de reaproximação política por parte do ex-presidente, mediada pelo senador Jorge Kajuru. O planejamento de um almoço com alguns nomes proeminentes do segmento sertanejo, como Bruno & Marrone e Chitãozinho & Xororó, tem gerado especulações e negativas públicas quanto ao interesse de participação. Enquanto Kajuru afirma ter conversado com Leonardo e recebido apoio informal de alguns artistas, como Eduardo Costa, as respostas oficiais das assessorias sugerem um quadro de desinteresse e distância em relação ao convite.
A história de proximidade entre artistas sertanejos e políticos de direita remonta aos anos 90, especialmente associada ao governo de Fernando Collor. Naquela época, esses cantores frequentemente apareciam ao lado do presidente na Casa da Dinda, o que reflete uma relação simbiótica que se consolidou ao longo dos anos. Hoje, essa conexão se fortalece ainda mais com o alinhamento do agronegócio à extrema direita, influenciando tanto a política quanto a economia do setor sertanejo, que se beneficia de apresentações em cidades administradas por prefeitos bolsonaristas.

Recentemente, a cena sertaneja foi alvo de críticas e investigações devido ao uso de verbas públicas, destacando a chamada “CPI do Sertanejo”. Casos como o de Zé Neto e Cristiano, que criticaram o uso da Lei Rouanet enquanto recebiam financiamento público para shows, trouxeram à tona contradições e levaram a questionamentos sobre a ética e a legalidade desses investimentos. Gusttavo Lima, figura central nesse contexto devido ao seu apoio declarado a Jair Bolsonaro e às suas conexões com o agronegócio, tem sido particularmente visado, especialmente após receber altos valores de cidades em dificuldades financeiras, como Teolândia, Bahia.
Enquanto as investigações prosseguem, a relação entre sertanejos e políticos de direita continua sendo um ponto de interesse público e político, refletindo não apenas uma aliança estratégica, mas também questões éticas e morais sobre o uso de recursos públicos e o impacto dessas relações na sociedade brasileira.